Papel
Papel
Quem é aquele pedaço? Que ninguém deveria ter rasgado
O que teria feito ele? Quem o teria amado?
Mais deve ter sido rasgado, ao certo ele não teria se desintegrado.
E hoje ele é vago. feio, amassado e rabiscado.
Certa vez uma criança o leu na frente de um quadro. Não estava amassado
Depois tropeçou no lixo, mais voou, acabou de lado
No colo do vento forte se sentiu um filme mudo inacabado.
Era um amigo que o havia carregado. E nada havia cobrado, daquele papel rasgado.
Não lhe disse muito obrigado, apenas o prometeu uma linha de agrado. Caso fosse reciclado
Já fui papel inteiro, hoje sou da forma que tu me leva.
Sua mãe havia sido papel de carta no passado, já ultrapassado.
E havia se desiludido das frases sem sentido e copiadas que levava em tristeza
O pai era rico, foi papel toalha, respeitado e nem sempre usado, raramente saia da prateleira, somente em caso de resfriado, quem dera pai tivéssemos mais contato.
E assim o papel continuava sua vida, ainda rasgado e agora ate manchado.
E leva consigo palavras incompletas, e frases inacabadas dos rascunhos do passado.
jhonny
alanjhonny79@hotmail.com