UM AMANHECER
O meu santo lar,
Que todas as manhãs
Deixo adormecido,
Quando retorno está todo desperto,
Ali repousam criaturas,
Frutos amadurecidos e doces,
Das esperanças futuras,
Embora o sol novo
Já ilumine as paredes,
Alvas pela cal envelhecida,
Dentro o fulgor dourado,
Que se escoa das vidraças,
Desprotegidas de cortina de cassa,
Mas é reinante a calma,
Essa maciez que desperta,
Por debaixo da coberta,
Como se renova a amplidão,
Pela formosura do coração.
1.984