O AMOR INVASOR

Quem nunca permitiu a ousadia presente em tua investida;

Contempla agora tua fé destemida rondando as margens do coração;

É quase presságio de uma invasão, é incursão nada escondida;

De fascinação travestida, mas esculpida em puro amor e paixão!

Não autorizei tua boca a matar minha sede libidinosa;

Só que veloz e habilidosa, ela pôde suplantar o meu governo e juízo;

Visitou sem prévio aviso a minha fantasia mais audaciosa;

Dominação indecorosa com o perfume da rosa mais irresistível!

Quisera eu saber donde provêm os teus poderes;

Quando atracaste aos meus haveres, tiveste o fim de me conter;

E se cogitar em te deter, somente agravarei tantos arderes;

Se porventura me perderes, eu já nem sei se poderia assim viver!

Não posso presumir quem te ensinou a discernir minhas fraquezas;

Só sei que teus encantos são correntezas, onde me afogo ao te nadar;

Se n’algum dia pretendi te odiar, penso que isso foi parar num mar de incertezas;

Tu és composta de tantas belezas que eu já não consigo não te amar!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 31/01/2009
Código do texto: T1414668
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