Alma de seda
A alma de seda que recobre meu corpo
afasta do seu o amor profano.
Sou fruto doce da angústia amarga
que molha a minha boca e
me faz pensar em tudo o que não tenho.
Mergulho suavemente no desejo
do seu corpo e o reflexo da
paixão invade o instante que
passa no presente ao seu lado.
Revivo a felicidade de outrora
marcada por lágrimas que meus
olhos vertem e no contexto
de dias vazios procuro sua
presença em mim.
Me perdi entre versos de
Cecília Meirelles e me encontrei
dentro das águas dos olhos seus.
Marcadamente escrevi poemas
antes dedicados a você.
Me encontro agora no meio
do caminho, com o coração
estilhaçado e o amor a
florescer de novo no recôndito peito.
Nada posso fazer se sou a arma
que o amor usa para tirar
a paz que tanto procuro e
pouco tenho.
Resta-me apenas a poesia.