A flor da pele
A flor da pele
A flor da pele se abriu
Despertando um desejo eterno,
Que o tempo conservou intacto
Não o mesmo perfume,
Nem a mesma cor,
Mas sei que na roseira da vida
desfeita por muitos ventos contrários
Ainda resiste uma única pétala da nossa velha primavera.
E quando passas ou toca-me
A flor da pele desatina o mesmo amor
Que levarei comigo guardado no peito
Bebendo do cálice amargo da solidão
Mas celebrando em taças detalhadas,
o singular privilégio de ter amado.
Gláucia Peixoto, 29 de Janeiro de 2009