ODE VORAZ

Vim convidar os lábios teus para um diálogo com a minha virilidade;

Desafiar tua sensualidade para um duelo com meus ímpetos lascivos;

Propor duetos efusivos dos paladares instintivos com a reciprocidade;

Um culto a essa incapacidade de mútua rendição aos nossos sentidos!

Meu ato canibal já é perceptível no modo que te vejo;

Sou escravo do desejo quando contemplo teu advento;

Sinto-me orvalho levitando ao vento, caçando seu ensejo;

Que a tua pele de azulejo se faz resumo nesse intento!

Que te desnudas para mim no teu sonhar, disso já sei;

Que intensamente degustar-te-ei é fato resolvido;

Sou homem inteiramente decidido a consumar o plano que tracei;

Onde minha meta e lei me fazem por teu sabor nutrido!

Fala à minha amada, ó destemida poesia;

Que eu a fantasio em demasia, que amo até o limiar desse momento;

Que ela é meu alimento e farto dela sou blindagem de energia;

Um mito de inocente orgia, o embaixador do despudor nas terras do sentimento!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 29/01/2009
Código do texto: T1410761
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