ODE VORAZ
Vim convidar os lábios teus para um diálogo com a minha virilidade;
Desafiar tua sensualidade para um duelo com meus ímpetos lascivos;
Propor duetos efusivos dos paladares instintivos com a reciprocidade;
Um culto a essa incapacidade de mútua rendição aos nossos sentidos!
Meu ato canibal já é perceptível no modo que te vejo;
Sou escravo do desejo quando contemplo teu advento;
Sinto-me orvalho levitando ao vento, caçando seu ensejo;
Que a tua pele de azulejo se faz resumo nesse intento!
Que te desnudas para mim no teu sonhar, disso já sei;
Que intensamente degustar-te-ei é fato resolvido;
Sou homem inteiramente decidido a consumar o plano que tracei;
Onde minha meta e lei me fazem por teu sabor nutrido!
Fala à minha amada, ó destemida poesia;
Que eu a fantasio em demasia, que amo até o limiar desse momento;
Que ela é meu alimento e farto dela sou blindagem de energia;
Um mito de inocente orgia, o embaixador do despudor nas terras do sentimento!