Amo que sejas meu alento!
Reconheço-te
de quando na soleira da minha porta,
o vento varria a poeira que havia.
Era como um chamado mudo
Que me fazia sair ao relento
e deslizar o meu pé na superfície lisa do batente,
procurando algo que a chuva e o vento
não deixavam ficar por muito tempo...
Eu então seguia,
Observando os redemoinhos de vento
que se formavam em todo lugar descampado,
era assim em todos os meus dias.
Muitas vezes quis saber o que havia no centro
ou o que o movia.
Ainda não sei, nem mais tento,
Apenas sinto.
Quando ousei sondar meu eu
te reconheci como um complemento de minhas vontades,
que eram tantas e anônimas por muito tempo.
Assim, sem definição e sem nome,
te conheci e reconheci,
minha linguagem mais abstrata
Força movente do meu moinho
Amo que sejas meu alento.