UM VOO DE LUZ
Se hoje o céu é azul,
O mais forte dos teus olhos,
É a cor que fascina,
Como em foco obliquo,
Longínquo que não se alcança,
Mera semelhança da lente,
Não há quem tente, quem sente,
O desprotetor aberto,
Longe, próximo ou perto,
Sensível à fortidão da luz,
Qual objeto que ainda reluz,
Na espessa penumbra,
Tão pouco se deslumbra,
Da maravilha do brilho,
Que tem como filho
A magistral harmonia,
Que pode haver na euforia,
Nessa constância da luz solar,
Essa onipresença grandiosa,
Da teimosia temerosa,
Absoluta em seu reino,
Razão pela qual ainda teimo,
Como um treino ardiloso,
Mais tenaz que o jogo custoso,
Mas alivia certos temores,
Esses obscuros focos refletores,
À procura de um eco pálido,
Embora fugaz, mas válido,
Como a lua é o reflexo,
Para tudo há certo nexo,
Mesmo que haja o complexo,
Desse desleixe tão cruel,
Duvidar da existência do céu.
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