PÁSSARO SOBRE HUMANO







Estranha ave
que invade a minha
alma, e faz-e hóspede

azul e branco
implora meus beijos

atravessa a alameda
do silêncio
algo provisório proclamo

não vês que tenho;
pelos, poros, e desejos

nada falo nada reclamo.

Apenas fico ao relento
imenso, e desatento

a árvore passa,
a luz, o asfalto
tudo todo dia
fico aqui;
refeito, multiplicado
anônimo, cravado
na tua geografia

vento, luz da lua
tudo igual durante o ano

e eu aqui feito um pássaro
ardente e sobre humano

ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 28/01/2009
Reeditado em 29/01/2009
Código do texto: T1408711
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