Calar

Era  assim  o  amor  naquele  tempo
Doce  flor  no  orvalho  da  manhã
Era  o  ninho, abrigo  dos  filhotes
Os  carneiros  brancos  lá  na  serra
Era  a  gata  amamentando  a  cria
Uma  terra  com  cheiro  de  umidade
O  infinito  azul  do  céu  festivo
O  cair  da  névoa  pela  noite
Da  vontade,  o  açoite  renitente
Claro  archote  iluminando  a  mata
E  nem  era  o  tempo  das  certezas
Mas  agora  impera  esse  calar