“O RELÓGIO DA CENTRAL”.
              
 
 
O relógio da central girava lento
Os minutos parecia eternidade,
O trem não vinha, saboreei cada momento;
Antes de ir, já sentia tanta saudade.
 
Um longo beijo, mais um abraço amoroso,
Um cafuné, um suspiro, chegava a hora,
Quão doce era seu beijo, tão gostoso,
A triste angustia de saber que ia embora.
 
Agora o silencio, cai uma lágrima,
Seus olhos tristes revelavam uma dor,
Uma voz triste brotava do diafragma
Nela notava-se um grande amor.
 
Entre soluços, então por que partir?
A pergunta deixava-me angustiado,
Era um grande desafio a descobrir...
Quase morrendo, o coração apaixonado.
 
Silencioso o trem já deslizava
A passarela da triste despedida,
Desvencilhando do abraço que abraçava
Era lançado o pior teste da minha vida.
 
Na multidão um aceno solitário
Não mais um adeus de despedida...
Um longo grito se desprende do calvário;
Diz, eu te amo! Amarei-te sempre querida!