Sinfonia do Amor

Regendo a orquestra,

o maestro embevecido

pára a batuta no ar

dando a pausa exigida

na rígida partitura

questão de segundos

miléssimos talvez

para retornar

num allegro majestoso

os músicos vão despejando

nota por nota,

suaves, fortes

a linda melodia

no último movimento

da bela sinfonia.

O maestro agita os braços

impõe o ritmo

dos derradeiros acordes

Metais explodem uníssonos

Os violinos sibilam

a percursão se agita

ribombando sons

é o climax, o grande final

Do retumbante ao silêncio

do derradeiro sopro

do último deslizar na corda

da baqueta jazendo muda

o maestro olha a platéia

recebe os aplausos

incita os músicos

a se levantarem

todos agradecem

músicos e pláteia

e eu, guardo minha pena

me sinto outro

a sinfonia do amor acabou.

Este poema foi inspirado num comentário de Andra Valladares,

a quem agradeço e dedico essa poesia.

"Olá Roberto, belo poema, as pausas fazem parte da vida e

dão maior emoção a ela... na música o silêncio também fala

tanto quanto as notas e uma pausa pode ser fundamental

para dar a ela o suspense e a emoção. Esperar é silenciar-se

e o poeta precisa de silêncio para criar... Um abraço.

Enviado por Andra Valladares em 26/01/2009 14:24"

Roberto Bordin
Enviado por Roberto Bordin em 27/01/2009
Código do texto: T1406984