Cores e canções

Pouco sei das cores de Frida Kahlo,

mas muito das canções de Chico.

Conheço a extensão plena do

seu corpo, o poder que seduz,

provoca o meu.

Nada sei de sua alma que

se fecha em copas ou se

transforma em concha no

mar de água revolta e silente.

Ensino a você palavras novas,

tento inserir em seu peito a letra

do meu nome, um alfabeto inteiro de amor.

Posso usar todas as vogais e consoantes

e criar neologismos ou escritos profanos

se me refiro ao corpo seu, antes

e momentaneamente meu.

Posso tudo estando poeta, treinando

a inspiração, criando versos,

brincando com as letras.

Poeta da alma que se abre inteira

em flor e transforma em fruto

o amor sereno e preciso.

Se fecho os olhos a memória resgata

sua imagem, seus gestos e palavras.

Me pego de repente sorrindo o

seu sorriso, repetindo seus passos,

sentido seu gosto em minha boca.

Sou insana no ato que cometi,

no sabor da fruta que experimentei

e não precisei de proteção,

deixei as defesas de lado.

E o fiz somente por você e com você.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 27/01/2009
Código do texto: T1406546
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