Noite poética

Anjos conspiraram na noite em que

estivemos juntos a ouvir canções de Chico.

E tudo era tão poesia que a pele

arrepiava o desejo incontido.

Ultrapassei as barreiras

impostas pelo tempo.

Meu corpo queria o seu.

Minha boca, sedenta, buscava

o beijo que não vinha.

Como a mão que procurou

a sua durante o espetáculo encenado.

Tal qual a surpresa no final da peça,

o convite, as palmas para

o casal mais apaixonado.

Surpresas e surpresas no doce

momento da calma noite poética.

E eu pensava que o

tempo não existia.

Quis guardar na memória todos

os detalhes, as minúcias do

que naquele momento vivia.

Esqueci-me do mundo estando

dentro do mundo e perto de você.

Eu te amo cantavam os atores.

Eu te amo ressoava em meus

sentidos como frase proibida

no nosso contexto sendo mais

seu do que meu.

Não quero assustar você,

estando em você, querendo você.

Permito-me viver o agora

nas linhas do pensamento

e no sabor de seus beijos.

E assim construo a ponte que

de quando em vez tem

me levado a você.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 26/01/2009
Código do texto: T1405879
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