PÚBIS ALADA
Teu corpo é o devaneio de um deus entregue
à voracidade canibal do ventre da amada
numa enseada cujas conchas são sexos ferozes
vibrando melodias colorvívidas no céu pulsante.
Das tuas coxas eu colhi a rosa intumescida
dos orvalhos cósmicos e meus dedos tornaram-se chamas
pois o teu amor é macio
é um colo de ninfa que sonha pela púbis alada.
O meu sexo preso no teu ventre de égua vampira
enche de cor os sonhos pelos olhos da alma
Como permanecer lúcido se demente sevicio luares,
se a visão da tua nudez desloca o perfil da serenidade?
Pois, meu amor, ah! meu amor loucamente esperado,
em você o delírio é o eixo que espalha os planetas na verdade,
eu que por toda a vida te busquei
me despi dos mantos e dos ternos,
da conveniência e do zelo,
e me lancei nas tuas carnes de verão e de banho na fonte,
com o sexo salivado do teu apelo,
repleto apenas no desejo e certo do teu amor
tão meu que a realidade do ser desperto
é abrir a alma na magia das tuas entranhas
e cantar arauto do sexo pelos teus poros
aonde os anjos curram Delícias!
feros dos encontros da carne
quando a entrega define verdade e alarde