apesar do hoje: o que é para sempre...
onde foi morar?
a princesa dos olhos de ouro
o pincel das palavras
o caderno em tinta azul
onde habita?
a casa do sentimento concreto
o vento da constelação mais estrelada
a chuva que molha o amor
resta em qual tonalidade?
a cor do casal amante
a vestimenta nua da noite
o abajur da tomada: esquecido
resta do tempo?
a singeleza do lírio
o poema da lembrança
a carteira repleta de sonhos
e o poeta é um deus sacramentando
a saudade
imorredoura
nas reminiscências até o infinito
o tempo ainda se seguirá?
a mercê da promessa
ao léu da distância
em alguma dimensão outra
quem ama é eterno
na concepção do futuro
e não se desespera nos sinais
teimando em ficar vermelhos
(Alexandre Tambelli, para Carla, noite de 27 de setembro de 2008.)