Dor e saudade
Não estou mais falando de lágrimas
derramadas pelos olhos meus,
tão longe e separados dos seus.
Meu tempo perdeu-se nas asas do vento,
na saudade dos dias longos sem
você, na angústia que risca
de traços fortes o peito meu.
As rosas que florescem em minha alma
necessitam do seu carinho e abraço,
do beijo que há tempos não
pousa nos lábios meus.
Penso na poesia como a extensão
pulsante dos meus sentimentos,
a visita constante da dor que
invade o corpo que sente
tanto a falta do seu.
Vivo dias de conflitos internos,
guerra na insana vontade
que tenho e não controlo.
Vejo em mim o desenho da alma
que se desvanece poética e bela em
seu longo e ausente tempo.
Não pertenço ao olhos seus, pois
eles recusam minha presença, a
felicidade que pouco conheço e de que tanto preciso.
O amor que sufoco no peito pede
socorro nas longas horas partidas,
nas noites insones que divido na cama vazia, na incerteza
da inesperada e sofrida volta.
Hoje sou você entre lágrimas e
sorrisos, desespero e esperança
tardia que se faz presente na vida.
Na simplicidade do que sinto
percebo sua distância incontida e
as perguntas que faço tornam-me amargurada e perdida.
Restam-me apenas a saudade e
a dor inseridas em meus dias.