Perdas e Ganhos
Esqueça estes olhos tão meretrizes
Mas esse teu olhar fez tantos poetas felizes
Esta face redonda
Essas tuas bochechas cor de rosa
Este queixo de cobra
Esse teu saliente nasal angular
Esqueça que o tempo não volta!
Como esquecer o que de ti me assalta?
Apague a boca
Teus doces lábios carnudos
Os cabelos tão soltos
Teus eriçados pêlos marotos
A pele macia!
A maciês que de ti se despreende vadia
Apague que assim será melhor!
Não há como pagar nem apagar a tua magia
E também o pescoço, braços e mãos
Os feitiços e tuas loucuras que me inebriam
Seios, barriga, umbigo
Teus mamilos tão belos e rijos
Costas, cintura, glúteos
Teu colo, tua gruta úmida e astuta
Coxas, pernas, pés
Teu entrelaçar das curvas e pernas esguias
Esqueça! Apague!
A embriagar a virilidade de todos meus membros
Que o tempo não demora
Não há como a tudo isso apenas apagar
Já estava passando da hora
Seria o mesmo que toda memória matar
Sinta, ouça, tenha calma
O que sinto pelas minhas entranhas
Ela só está indo embora...
Mas logo retornará sem demora
Na tua alma, no teu corpo, que tanto me assanham
Em ti e por ti eu me ganho e me perco... Sempre!
Dueto: Denise Viana e Hildebrando Menezes