PARA ANNA MULLER
O som súbito de sua voz se propagou por outras tantas terras,
como uma pedra jogada na superfície das águas, formou ondas...
Que vieram até aqui, a mim
vencendo toda a lógica da geográfia!
Entrou pelos meus ouvidos surpresos e atentos,
aquecendo meu sangue,
umedecendo meus olhos,
lavando minha face com lágrimas inesperadas!
Era noite, mas noite já não era,
pois tua voz meiga e doce era meio que o sol da meia-noite,
era meio que o sol de primavera!
Como falar-lhe sobre o que me davas
através de suas palavras naquele instante?
Uma prova de amor? - Um amor verdadeiro!
Uma demonstração de carinho e afeto? - Sem medos ou receios!
Mais do que alimentar-me o corpo,
alimentas-te a minha alma!
Afugentas-te as sombras de esquecimento
que me cercavam...
Virando por terra todas as minhas inseguranças e medos!
Pediu-me por fim que não lhe agradecesse o afago!
Mas como não agradecer tão amável presente?
Pediu-me que a Deus fizesse tal agradecimento,
como se em todo momento
a Ele não lhe recomendasse os cuidados!
Tua voz foi um balsamo
dentre meus pesados silêncios!
E o eco de suas palavras ainda me acompanham pari-passo!
E por todo o espaço que eu cruzo,
já não me sinto só!
Eu me sinto em paz...
E uma luz brilha tenaz,
ante meus olhos, mesmo sob o adiantado das horas!
Pois comigo tu estas!
Edvaldo Rosa
28/12/2008