Letras 0534 - Testemunho

Amo a mulher do seu homem, desde que seja eu,

mantenho minha alma a sombra das guerras,

tenho culpas que não divido com o mundo,

creio, sou o que meu destino permite vivê-lo.

Quando choro não escondo a lágrima, nenhuma,

tenho esperanças sem pressas, sem implorar ,

sei das mentiras e dos mentirosos, ou percebo,

algum ódio vem e vai além dos atos e olhos.

Como poderia sonhar se não tenho tempo de deitar,

sou incapaz de viver sem um desejo ao menos,

faço de uma mulher meus sonhos primeiros,

caso consiga, vou ou volto e sonho, teimo mais.

Quero os impostos dos prazeres que almejo,

amo os corpos desnudos das minhas loucuras,

preciso ser a presa da armadilha de paixão,

acabar embrulhado em retalhos de noites.

Amo e refaço o amor rente a pele suada,

jamais arrisco minha própria loucura de ser,

a vida que ganhei é minha e do prazer que carrego,

perder não, enquanto meu corpo seguir desejando.

As partidas são apenas recomeço de estradas,

do coração desprezo os músculos, não os quero,

se existem sonhos, existem sonhadores, eu,

cansar não faz parte do que tenho em cada pedaço.

Posso diminuir cada desejo do corpo, parar jamais,

necessito corromper e ou ser corrompido,

ser rei ou plebeu sem perder o prazer do sonho,

de mal nada tenho que eu saiba ou me disseram.

Nenhum sentimento é inútil aos olhos do prazer,

caminho segundos de vida de outras vidas,

dou e quero o brilho dos olhos que vai a alma,

um corpo molhado como se fosse terra invadida.

22/01/2009

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 22/01/2009
Código do texto: T1398789
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