SE EU TE AMASSE UM POUCO MENOS

Talvez não visse toda minha vida esculpida em teu olhar;

E conseguisse mundo a fora caminhar sem esbarrar com teu fantasma em cada esquina;

Nem fosse teu sorriso céu de minha retina, como uma sina a te talhar;

Talvez eu conseguisse invalidar algum adjetivo teu que me fascina!

Ainda que doente de amor, bem sei que não seria como esse coma de agora;

E o meu ego que te adora, conformado dormiria não mais que admirado;

Talvez não estivesse o coração tão seqüestrado, nem fosse eu tua leitura que aflora;

E até não fosses odalisca e senhora presente em mim dos alicerces ao eirado!

Algo me diz que eu não conseguiria ser essa poesia tão pulsante;

E encontraria outra cena radiante, pra dividir com o vulto teu;

E a febre que por ti me absorveu, me assediaria mais distante;

Que eu não te acharia a todo instante e até me lembraria de ser meu!

Porque te amo tanto assim, vivo no além dos infinitos;

Faço-te dogma de meus ritos, nado voando até teus braços;

Quisera folgas nesses laços, quisera anseios comedidos;

São universos expandidos, esses amores distribuídos em meus pedaços!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 22/01/2009
Código do texto: T1398096
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