cozy apê
deixe-me ir até aí
nesse cozy* apê
entregar a você
esses meus dois livrinhos
de poesia e ler
algumas das minhas bobagens
tocar o interfone na rua
pra você abrir a porta
de ferro da frente e com ela
aquela mais nobre, a de vidro
prédio não tem porteiro
meu carro ficou na calçada
no seu andar me deparo
com a porta da frente pintada
de um castanho sem brilho
você surge bem decotada
quase aparece um mamilo
juntos dizemos meus versos
mostro-lhe os meus descaminhos
e a água que no Tororó
fomos correndo beber
eu doido querendo sorver
esses seus lábios vermelhos
você resistindo aos anseios
do beijo que enfim consigo
com jeito lhe arrancar
depois consigo dobrar
a sua maior resistência
e meio na incongruência
te trepo contundentemente
meu pau se fundindo com a mente
até que inevitavelmente
eu caia, despenque ou morra
fuja da sua cachorra
peça que alguém me socorra
e diga depois pra você
que nunca fui tão feliz
Rio, 07/12/2008
*cozy, confortável