Se há o tempo não sei

Escrevi em um poema que ainda

havia tempo para o amor.

Não sei mais se há o tempo.

Meu peito sofre amarguras de

dias passados sem você e nessa

angústia o ímpeto da dor me

remete a pensamentos confusos.

Sou a alma que chora ao pensar

em você, o reflexo sensível que

sente sua ausência em mim.

Repousam em minhas mãos

letras imprecisas que não

se juntam à poesia ao de

você falar.

As lágrimas brincam em meus

olhos em constante visita.

O impacto de sua voz em

meus sentidos suscita o

desejo não satisfeito realizado

nas poucas horas a mim dedicadas.

Tento fazer dos raros momentos

a realização ampla para a

vontade que não sacia, a felicidade

que extravasa a real condição

de mim em você.

Estou parada na soleira da porta,

dependendo de sua decisão para

que eu entre ou saia de sua vida,

na sucessão do círculo que não se

fecha, do coração que não se

liberta, da alma prisioneira,

cativa, solitária que habita seu peito.

Não sei mais se há o tempo.

O que sei de mim é o que

não sei, ainda, de você.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 21/01/2009
Código do texto: T1396824
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