Se há o tempo não sei
Escrevi em um poema que ainda
havia tempo para o amor.
Não sei mais se há o tempo.
Meu peito sofre amarguras de
dias passados sem você e nessa
angústia o ímpeto da dor me
remete a pensamentos confusos.
Sou a alma que chora ao pensar
em você, o reflexo sensível que
sente sua ausência em mim.
Repousam em minhas mãos
letras imprecisas que não
se juntam à poesia ao de
você falar.
As lágrimas brincam em meus
olhos em constante visita.
O impacto de sua voz em
meus sentidos suscita o
desejo não satisfeito realizado
nas poucas horas a mim dedicadas.
Tento fazer dos raros momentos
a realização ampla para a
vontade que não sacia, a felicidade
que extravasa a real condição
de mim em você.
Estou parada na soleira da porta,
dependendo de sua decisão para
que eu entre ou saia de sua vida,
na sucessão do círculo que não se
fecha, do coração que não se
liberta, da alma prisioneira,
cativa, solitária que habita seu peito.
Não sei mais se há o tempo.
O que sei de mim é o que
não sei, ainda, de você.