INCOMPARÁVEL MUSA

Quero indexar a mim cada atributo que em ti descubro;

Já que me recubro de teus mantos, sendo a lente laica obsessiva;

Que uso faz dessa missiva, para publicar desse soneto o uivo;

Qual lobo sob luar ruivo, sorvendo aromas deste cio que lhe aterrissa!

Vênus de meus sonhos, tua fama em mim já se tornou homérica;

Uma trombeta histérica te anuncia aos meus sentidos, incessante;

Revoada que me garante à viagem mais prazerosa e épica;

O céu te fez sem réplica, pra te elevar ao pedestal mais delirante!

Não fosse assim, como explicar o logro da natureza que te aplaude?

E esse teu desenho majestade, impondo aos corações que a ti se curvem?

Que os mares se desiludem perante ti – isso é verdade;

Pois sua vasta vaidade não passa de homenagens que te aludem!

De fato as cavidades solitárias à tua luz se obturam;

Indiscutivelmente teus fascínios perduram e não há debate em teu combate;

Tu és a nata da sumidade, destaque dentre os astros que fulguram;

Beijos sagrados por quem meus lábios juram, és minhas asas e grade!

“O mundo há de ser visto como grão se porventura eu resolvesse transcrever todos os teus atributos.”

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 21/01/2009
Código do texto: T1396463
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