Até você

Eu queria pouco, quase nada!

Apenas a rua por onde caminhar.

Sentar na calçada, vendo a vida passar.

Queria tomar sorvete de casquinha,

Olhar a vitrine,

Ver a moça que rebola quando caminha.

Ver o rapaz quase quebrar o pescoço para olhar.

Queria entrar num templo,

Ajoelhar,

Sentir a magia do silêncio.

Orar.

Queria sentir o calor do sol,

queimando minha pele, brilhante!

Queria sentir os pingos da chuva,

acarinciando meu corpo, fascinante!

Queria uma estrada,

poderia ser longa, ou não,

Cheia de pedras,

Nem ia sentir a ferida no pé,

Caminharia apressada, esperançosa...

Até a vida,

Até você,

Com fé.