DEPOIS DAS NÚPCIAS ( Altoé)
Abre-se a alcova
Aos olhos dos visitantes...
E o olhar curioso vislumbra.
A luz é posta em penumbra...
É a noite dos amantes.
Os sonhos, as fantasias
Tudo se faz em estesia
Aos dois olhares a sós.
Há desejos reprovados
Do amor, já tão provocados,
Se revelando aos lençóis...
Aos olhos nada incriminam...
Nos seios nus da menina
As mútuas mãos vêm pousar.
E em seus corpos amantes
Bebem a seiva que antes
Lhes reservava o pudor.
Dois corpos nus envolvidos.
E os lábios, mais atrevidos,
Quais borboletas na flor.
Bocas que sugam desejos
De dois olhares no pejo,
Na mais sublime missão...
E a pétala se rompe.
Bebem o néctar do amor.
E um leve grito de dor
Do mundo abre os porões.
Dá-se o suor, o cansaço...
Aos respiros ofegantes...
E um olhar feliz da amante
Ao consumar-se ao regaço.