Gladiadores do sábado.

Poet ha Abilio Machado.

Em defesa do meu corpo

Durante o duelo os movimentos

As facas afiadas debatem-se

São minha inquietude

Minha nudez

Meu amante incontinente

Meu amante que chegou à noite

Tudo na medida certa

Eu – ele – ele – eu – um nós

Que depois do banho

Na água solta na pele sem roupa

Nos deixamos até mesmo cair ao chão

Honesto em meu egoísmo

Me nego o prazer

Espero o resto que me basta

Na aflição me fiz perguntas

Que futuro é este

De casuais encontros

Nas noites de dias

Que podem até ser em sábados

Os golpes que a volúpia concede

e a coragem que nos impele

Todos têm um nome

A espada da dúvida

A lâmina dos acasos

Os meus passos

Lentos e imprecisos

Caminho ao medo

Pernoites nas moitas sombrias

Nas sobras dos rostos

E um deles pode ser o meu...