Coisa esquisita isso de amor...
Quando se ama verdadeiramente
A eternidade nasce entre dois olhares
Não importa a distancia que os separa..Indiferente...
Seres Onipresentes: se vê o ser amado em todos os lugares...
Estranha coisa é isso de amor...
O céu fica mais azul... O campo fica mais florido...
Há uma falta que dói, causando prazerosa dor...
Há uma amnésia que apaga tudo o que já foi sofrido....
Ser notado é um desafio constante...
Depois a vontade doida de estar mais perto ...
É sentir a dimensão de uma alma e uma respiração ofegante...
É transformar em mar calmo o mais desolador deserto...
Quem poderá um dia definir esse amor entre mortais?
Essa impossibilidade de tocar a alma que gera a paixão...
Que emerge sensações e pensamentos anormais...
Que abraça, beija, cheira com sofreguidão...
Que amor é esse que aguça os sentidos?
O canto dos passarinhos é notado e as flores ganham mais cor...
O toque fica mais intenso e se rompem gemidos...
A boca fala muda e os olhos é quem discursam amor...
E é esse amor que se torna cego diante dos defeitos...
É esse amor que emudece e sabe ouvir com atenção...
Esse amor que fala com os olhos e em sentir faz grandes feitos...
Amor que muda o sentido de tudo e faz exata a contradição...
Amor, tolo amor tema dos poetas em desvaneios...
Amor cárcere ou fuga da realidade em desesperança...
Amor que vê aconchego em meio a um par de seios...
Amor que arrebata, ensandece, enche de vida em dança...
Não sinto, mas reflito esse amor atrevido...
Que reclama ausência...Que reclama presença...
Que torna incansável uma busca.. Por amor movido...
Que encontra o amor... Se engana... Manda embora em sentença...
Não se explica em livros científicos e há apenas teorias inexatas...
Faz chorar um ser que em prantos até pelas ruas se rasga...
Que faz rir à toa... Palhaço... Pateta... Em gargalhadas altas...
Que emociona... Lagrimeja os olhos.... E na garganta engasga...
Eu fico olhando os casais enamorados sonhando acordados...
Eu ouço as juras melosas de amor para toda eternidade...
Tento entender como ora estão num abraço acomodados...
Ora se empurram, discutem, de afastam, falam inverdades...
Se em dez corações eu buscar um desejo evidente...
Os dez estão procurando por este amor...
Atravessam o mundo, vão em cartomante ou vidente...
Tudo passa a ser possível e qualquer barreira podem transpor...
Mania pra loucos essa coisa de amor...
Que complica mais a vida e manifesta tanta confusão...
Que ilumina uma alma e dissipa o dissabor...
Que torna mais ser humano e enche de virtudes um coração...
São Paulo, 20 de Janeiro de 2009.