À sombra do holocausto

Nunca, nesta existência,

cantei pelas manhãs

o canto puro do amor....

Nunca trouxe nos olhos

o sabor e o dissabor das aventuras....

Nunca acordei e deitei

ao som de um único pensamento...

Muito procurei,

mas a vida trouxe-me o amor amigo,

companheiro de horas vazias

nas quais esperava por um doce alento.

Tristeza? Nunca...

Fui feliz a meu tempo e a meu modo

(felicidade é um estado de espírito).

Hoje, provo o mel e o fel

do holocausto em meu peito;

canto e choro

o sentimento que me invade

e me toma os espaços

que nem sabia existir....

Hoje, busco a paz no sossego

dos teus braços, ternos abraços,

dos teus lábios, doces beijos,

que me fizeram entender o amor...

É uma paz que me custa a chegar

que fere e sangra na insegurança

de tantas diferenças...

Não posso falar por tua boca

nem sentir por teu coração,

mas o desejo de viver esse amor

permanece na alma,

na ansiedade dos meus olhos

à procura do brilho nos teus.....

O meu futuro cabe

no azul da esperança

de ser o teu céu o meu espaço;

no amarelo das noites solitárias

cuja sintonia não me toca o espírito.....

Cabe nas tuas mãos

quando, nas minhas,

tocares com verdade inconteste....

Até lá, verei o tempo ibernar;

vagarei pelas ondas do mar,

deste mesmo mar que guardou nosso segredo,

esperando que me encontre nessas águas

e que sejamos um no horizonte.

Sol Galeano
Enviado por Sol Galeano em 19/01/2009
Código do texto: T1393734
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