À ESPERA DE UM AMOR

Meu coração prepara as malas outra vez;

Mal se refez do que sofreu e cai nas malhas do acúmulo;

Ontem era festa e hoje é túmulo, paga novamente pela fé na insensatez;

Ressacado de outra frágil embriaguez, regressa ao triste rumo!

Calos pela alma são solidários às feridas adicionadas;

Lágrimas dilaceradas me especializam nesse universo de perdas;

Ilusões feitas de sedas, rasgadas por aventuras desmascaradas;

Paixões completamente fraturadas, ao relento de solitárias sarjetas!

Sigo enriquecendo meu álbum de frustrações;

Bebendo o cálice das decepções, colecionando amores que me negam;

Alçado em sonhos que renegam e às setas de processos vilões;

E ao cabo das peregrinações, sou todas as depreciações que me legam!

Meu coração já fez as malas e se lançou mais uma vez na esperança;

Quem sabe aporte numa ilha de mudança e ache um nardo de felicidade?

Procura alguém que não lhe maltrate, quer se entregar a uma nova dança;

Meu coração ainda é criança, esperando um amor de verdade!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 19/01/2009
Código do texto: T1393161
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