À ESPERA DE UM AMOR
Meu coração prepara as malas outra vez;
Mal se refez do que sofreu e cai nas malhas do acúmulo;
Ontem era festa e hoje é túmulo, paga novamente pela fé na insensatez;
Ressacado de outra frágil embriaguez, regressa ao triste rumo!
Calos pela alma são solidários às feridas adicionadas;
Lágrimas dilaceradas me especializam nesse universo de perdas;
Ilusões feitas de sedas, rasgadas por aventuras desmascaradas;
Paixões completamente fraturadas, ao relento de solitárias sarjetas!
Sigo enriquecendo meu álbum de frustrações;
Bebendo o cálice das decepções, colecionando amores que me negam;
Alçado em sonhos que renegam e às setas de processos vilões;
E ao cabo das peregrinações, sou todas as depreciações que me legam!
Meu coração já fez as malas e se lançou mais uma vez na esperança;
Quem sabe aporte numa ilha de mudança e ache um nardo de felicidade?
Procura alguém que não lhe maltrate, quer se entregar a uma nova dança;
Meu coração ainda é criança, esperando um amor de verdade!