A Dançarina do Deserto II: A Busca
O vento quente sopra como um chamado
Que a arrebata novamente às areias do deserto...
Excita-se no suor que escorre na pele: toque inflamado...
O motivo latejante escapa-lhe entre gemidos... Incerto!
Sua pele coberta por véus transparentes
Que revelam os mistérios quase despidos de mulher-menina...
É véu... É corpo... Dançando ao vento indulgentes...
Desabrochando a flor úmida cujo mel escorre na mina!
Segue em marcha solitária por entre as dunas eternas...
Monumentos erguidos que retratam suas curvas...
Buscando pelas mãos que acariciavam... Tão ternas...
Buscando clareza nas imagens ilusórias... Tão turvas...
E jogando-se prostrada sobre as areias onde afunda...
O tempo escorre-lhe entre os dedos trêmulos...
Aumentando o anseio que a saudade profunda,
Transforma águas salinas nos olhos em pêndulos...
Sob o Sol que acaricia abrasando o desejo oprimido...
Aprisionado entre as colunas que se erguem ostentosas...
Delira entre murmúrios e gemidos... Amor sofrido...
A falta do seu Oásis em mil e uma noites prazerosas!
Segue oculta entre os véus de seus mistérios
Tão eternos quanto as areias do deserto escaldante...
Nos braços, no beijo e no coração de seu amado... Refrigérios...
Miragem de fonte em águas límpidas... Abundante!
Fonte de Memórias, São Paulo, 19 de Janeiro de 2009.
A Dançarina do Deserto I:
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/1027322