Ilusões desfeitas

Se meus olhos se fecham o coração se

abre por inteiro entregando-me a você.

Há lágrimas na saudade de agora e

no seu ápice a dor permeia o

peito e dilacera a alma.

O seu tempo é diferente do meu e

nessa distinção me perco em emoções

e reações conflitantes que

duelam entre si.

Há muito deixei as batalhas no

campo e já não chamo você de

general, mas ainda percebo sua

fragilidade que esconde sentimentos

e devasta meus sentidos.

A angústia de sua ausência em mim

suscita dúvidas, trava diálogos

internos que tento evitar

e não consigo.

Logo eu que ensinei a você

como parar com os tais diálogos

que apenas manipulam nosso pensar.

E as conversas perseguem as

palavras que não são escritas, apenas

faladas na memória do tempo

que passo distante de você.

Estou à margem de sua vida e

a minha segue o curso de rios

tumultuosos que não desaguam

no mar e se perdem no meio do caminho.

E perdida entre razão e emoção

nesse momento crio ilusões

que são desfeitas ao vento, manchadas

em tintas de cores fortes

que não se apagam.

Diz-me, pois, onde andam seus olhos

que se perderam dos meus e onde

devo procurar você nessa distância

que há entre nós.

Talvez possa eu amenizar a dor da

saudade que invade o peito e

repousa lágrimas nos olhos meus.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 19/01/2009
Código do texto: T1392354
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