Tempo e presente
Somos escravos do tempo que se
perde em nossas vidas.
Quando nossas mãos se unem em carícias
o mundo lá fora não mais existe e sou
passageira de um trem sem parada que
não tem no percurso destino certo.
O sangue que corre em minhas veias
está contaminado com o amor
que se insere pela alma e dilacera
o coração aflito e arrebatado.
Não posso usar palavras doces que
escorrem pela minha boca, pois sei
do acordo implícito que fizemos.
Talvez eu esteja quebrando as regras,
deixando de ser o atalho e
transformando-me em estrada principal.
Apenas sonho com a realidade que
pouco vivo e nessas linhas paralelas visualizo
seu riso que contagia mais que o dia
e aquece minha noite solitária.
Durmo em seus braços o sono
tranqüilo que espelha em suspiros
a felicidade que ultrapassa
as barreiras do próprio tempo.
Hoje sou mais sua que ontem
e sinto-me mais Rita que Rosa
e ainda sou Nina.
Viver o momento é o que dizem
os manuais, mas meu coração
veio sem manual e não
sei manuseá-lo friamente como
se máquina ele fosse.
Sou a alma em flor que busca
em seu peito o carinho que
nunca tive, a palavra que jamais
ouvi em meus dias longos de vida.
Faço uma aliança com o tempo
e direi que serei sua enquanto
ele permitir você ao meu lado, mesmo
que distante do meu bata o
seu coração ou vibre
a sua alma que também é de poeta.