Ainda estarei aqui
Ainda estarei aqui quando
o sol dourar
o poente e a alma rasgar o
peito em sua partida.
Faço versos na penumbra da
noite que se esvai feito
a dor que sangra e machuca
as lágrimas dos olhos meus.
Tristes ais suspiram nos lábios
que não roubam mais seu
beijo, apenas experimentam
o sabor amargo da despedida.
No acorde dissonante do
canto da cigarra ouço sua
voz na respiração entrecortada
que flui na agonia do sono.
Minhas horas seguem no desespero
da solidão que faz morada em
minha casa e no silêncio do coração
o amor que não se esconde procura
pelo tempo que ainda resta.
Quisera no momento de agora
ter você ao meu lado, tocando
a pele que arde no calor
do desejo que toma conta
do corpo e faz da emoção
o espelho que reflete você
na menina dos olhos meus.
Seu relógio esquecido em
um móvel qualquer me faz
lembrar da presença de ontem
no tempo fugaz do amor.
Ainda estarei aqui quando
a chuva esconder o sol
e sua alma adormecer na
poesia dos versos meus.