INSENSATA DELÍCIA
Paixão é essa maravilha
Que nos faz ensandecer,
Perder-se, fugir à trilha
Que devemos percorrer.
Arde, qual poderosa chama,
Ateia esse fogo insano
Ao corpo de quem ama,
Impondo essa doce trama.
Nasce o desejo incontido,
Tolhe a razão e o juízo
E não há tempo perdido,
Todo o instante é preciso.
Corpos se colam, sedentos,
Como que se eletrizados,
São infindáveis momentos
Entre dois apaixonados.
Somos como viajantes
Sem um destino ou morada,
Pois não conhecem, os amantes,
O que lhes sirva de estrada.
Será pecado ou primícia,
Do que de mais belo existe,
Essa insensata delícia
A que o corpo não resiste?