DE ROSA À RAINHA
Em meio à guerras e mortes
Uma rosa inicia seu ciclo
Entre rochas e rochedos
Pequenas gotículas d água penetram
O clima inconstante maltrata
Cactos desenvolvem-se
Ao sobrevoar de um carcará
Aos poucos o sol se torna
Uma visita constante e
Muitas das vezes desagradável
A pequena e infante rosa
Aprende desde cedo a
Sobreviver diante das dificuldades
Aprende que no sertão só existe
Um único clima: verão
Sonhos vêm e vão, mas a pobre rosa
Vive a realidade, e sonhos para ela
É um cardápio indigesto
Sem se mover, ela vê a dor que
trás o coração dos desesperados
Que ao passar à sua frente
Apenas olham com seus olhos
Sofridos e suspiram tristeza
O tempo passa e a rosa,
Se torna uma verdadeira guerreira
Em terra de bravos, quem se destaca
É uma rosa
Suas pétalas viram verdadeiras armaduras
Seu caule, o apoio, se torna uma arma
Mais um meio de imponência
Suas raízes curvam-se diante da majestade
Em meio à pedra e pedregulhos
A rosa é retirada
Diante da imagem de uma verdadeira guerreira
Um retirante, a retirou de seu posto
A rosa perdia então
Seu posto de princesa em terra de mascates
Diante de sua esposa
O tímido retirante
Pegou cuidadosamente a rosa
Que guardava com carinho
Passou-lhe as suas mãos
E pronunciou os seguintes versos:
“Dou-lhe esta rosa como significado
do meu amor, sei que não sou
um homem de riquezas, mas
Ao lhe dar esta pequena rosa
Passo-lhe todo amor que tenho por ti
Passando todo meu amor
Lhe entrego as chaves de meu coração
Que é, e sempre será a maior riqueza
Que um homem possuirá
E esta minha riqueza é passada para ti
Sob a forma de uma rosa
A rosa antes desconsolada
Por Ter perdido seu posto de princesa
Agora reage, tornando-se
Uma verdadeira majestade
Por ser símbolo da maior e
Melhor riqueza que a mulher
Receberá de um homem:
Seu coração.