DE ROSA À RAINHA

Em meio à guerras e mortes

Uma rosa inicia seu ciclo

Entre rochas e rochedos

Pequenas gotículas d água penetram

O clima inconstante maltrata

Cactos desenvolvem-se

Ao sobrevoar de um carcará

Aos poucos o sol se torna

Uma visita constante e

Muitas das vezes desagradável

A pequena e infante rosa

Aprende desde cedo a

Sobreviver diante das dificuldades

Aprende que no sertão só existe

Um único clima: verão

Sonhos vêm e vão, mas a pobre rosa

Vive a realidade, e sonhos para ela

É um cardápio indigesto

Sem se mover, ela vê a dor que

trás o coração dos desesperados

Que ao passar à sua frente

Apenas olham com seus olhos

Sofridos e suspiram tristeza

O tempo passa e a rosa,

Se torna uma verdadeira guerreira

Em terra de bravos, quem se destaca

É uma rosa

Suas pétalas viram verdadeiras armaduras

Seu caule, o apoio, se torna uma arma

Mais um meio de imponência

Suas raízes curvam-se diante da majestade

Em meio à pedra e pedregulhos

A rosa é retirada

Diante da imagem de uma verdadeira guerreira

Um retirante, a retirou de seu posto

A rosa perdia então

Seu posto de princesa em terra de mascates

Diante de sua esposa

O tímido retirante

Pegou cuidadosamente a rosa

Que guardava com carinho

Passou-lhe as suas mãos

E pronunciou os seguintes versos:

“Dou-lhe esta rosa como significado

do meu amor, sei que não sou

um homem de riquezas, mas

Ao lhe dar esta pequena rosa

Passo-lhe todo amor que tenho por ti

Passando todo meu amor

Lhe entrego as chaves de meu coração

Que é, e sempre será a maior riqueza

Que um homem possuirá

E esta minha riqueza é passada para ti

Sob a forma de uma rosa

A rosa antes desconsolada

Por Ter perdido seu posto de princesa

Agora reage, tornando-se

Uma verdadeira majestade

Por ser símbolo da maior e

Melhor riqueza que a mulher

Receberá de um homem:

Seu coração.

Igor Magalhães
Enviado por Igor Magalhães em 16/01/2009
Código do texto: T1388116
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