Ainda hoje
Ainda hoje a minha alma chorou
a sua ausência dolorida no peito.
Penso em você no pequeno retrato
que me olha na ternura que
apenas imagino e sempre sinto.
Quando a alma chora o corpo
estremece no desejo incontido, no
sabor do beijo que procuro e
na resposta que não tenho.
Ainda hoje minhas lágrimas
doces molharam os olhos na
forma imprecisa do sentimento
e na dor física que o corpo
transborda e sente.
Meu coração acelera no ritmo
alucinante que fere seus batimentos
e mergulha na fragilidade que
há em você refletida em mim.
Nesse reflexo sou a gota da
saudade que percorre meus dias
e torna a noite tão longa que
as horas se consomem aflitas.
E nessa aflição a inquietude se
sobrepõe sobre a razão que
não mais tenho e que de tão
perdida dentro de mim se
fez morada na casa vazia de você.
Ainda hoje Deus ouviu preces de
agradecimento e pedidos para
que o meu tempo seja o seu
transformado na cumplicidade
do que vivemos e na serenidade
que tenho ao lado seu.
Ainda hoje eu descobri, uma vez
mais, que gosto muito,
muito mesmo de você.