Impiedosa!
Ando sem sono nos sonhos alheios
quando o mar me ouve e eu ouço o mar,
ondeando as lágrimas,
maroleando a dor,
sendo em mim o que fez teu amor
docemente ido ao fel de um abandono.
Olho-te e nada vejo,
cala-te no último segredo fez nós dois,
e sem me olhar teu olho sente medo...
um medo de perder-me para sempre.
Quando eu achar teu sono,
deixarei que durma em ti apaixonado
o mesmo amor de outrora, hoje acabado,
que pensei nunca pudesse morrer dentro de nós dois.
Vás enfim triste com tua solidão
porque em mim me resta apenas tua mão
acenando para minha dor que surda fica.