Poema 0658 - Amar suave

Troque a luz do sol,

as pedras da rua,

corte o mato das beiradas,

fale alto depois da chuva.

Deixa um recado na lua,

marcas de dentes no meu braço,

molhe os lábios

e me beija no meio da rua.

A noite no escuro do quarto minguante,

volta corpo e faz dengo,

canto uma canção de ninar

ou falo de amor até adormecer.

Quero meu céu riscado de paixão,

a boca com o vermelho do seu batom,

as mãos, não sei onde,

fazendo guerra para prende-la em mim.

Mostre-me as ruas do seu coração,

sou o desconhecido,

o amante, o fato,

aquele do amor que nos faz igual.

Quando anoitecer

liga a luz do teto,

coloque seu vestido preto,

deixa a música repetir como o êxtase.

Deita seu rosto,

fecha os olhos por um instante,

viaja com meus sonhos,

faz-me sentir ridículo jurando amor eterno.

É quase manhã,

desliguei a lua,

apaguei o fogo,

deixo o beijo e a promessa de romance.

13/04/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 13/04/2006
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