DESEJO INCONTROLÁVEL

Quando uma chuva eventual colou as tuas curvas à leveza do tecido;

Fui por meu corpo convencido de que do teu necessitava;

Com teu olhar dissimulava, mas transpirava rios de libido;

Obstinado e desinibido, meu pensamento já te desnudava!

O teu sorriso introvertido sinalizou a meu favor;

E o incêndio se alastrou pelas veredas da premeditação;

Te pegaria pela mão? Enfrentaria a inconseqüência do fervor?

Ou me faria o favor de controlar o arsenal de sedução?

Tentei mentir para o destino, tentei temer os prejuízos;

Mas o descaso emudeceu tantos avisos, que eras fera já domada;

Que outro te nutria venerada, que era impossibilitada aos meus juízos;

Mas aliciava os meus sentidos e bem sabia que a mim fantasiava!

Difícil decretar se o triunfo derradeiro se deu no bem ou com o mal;

Pois afinal nem houve tempo para surtos ponderados;

Beijos violentos e trajes arrancados, leito quebrantado pelo cio em vendaval;

A transgressão pintou de verde o sinal e terminamos devorados!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 14/01/2009
Reeditado em 20/08/2009
Código do texto: T1384054
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