DESEJO INCONTROLÁVEL
Quando uma chuva eventual colou as tuas curvas à leveza do tecido;
Fui por meu corpo convencido de que do teu necessitava;
Com teu olhar dissimulava, mas transpirava rios de libido;
Obstinado e desinibido, meu pensamento já te desnudava!
O teu sorriso introvertido sinalizou a meu favor;
E o incêndio se alastrou pelas veredas da premeditação;
Te pegaria pela mão? Enfrentaria a inconseqüência do fervor?
Ou me faria o favor de controlar o arsenal de sedução?
Tentei mentir para o destino, tentei temer os prejuízos;
Mas o descaso emudeceu tantos avisos, que eras fera já domada;
Que outro te nutria venerada, que era impossibilitada aos meus juízos;
Mas aliciava os meus sentidos e bem sabia que a mim fantasiava!
Difícil decretar se o triunfo derradeiro se deu no bem ou com o mal;
Pois afinal nem houve tempo para surtos ponderados;
Beijos violentos e trajes arrancados, leito quebrantado pelo cio em vendaval;
A transgressão pintou de verde o sinal e terminamos devorados!