A casa da Vila Santana...
A CASA DA VILA SANTANA...
Me lembro daqueles dias e noites com saudade...
Aqueles tempos foram tempos bons de verdade...
Recordo de quando próximo da linha do trem
Eu avistava a fachada daquela casa que marcou
Um tempo da minha vida como jamais alguém
Conseguiu... Mas passou... Só a lembrança ficou...
Lembro que o amor transpirava, exalava pelo ar,
Tinha certeza de que esse sentimento existia
E sinto que apenas lá tudo foi bom de lembrar...
E pensar que lá eu ouvi que jamais isso acabaria...
Lá eu me lembro de bater na janela e deixar uma flor,
Me recordo certa vez na área dessa casa com ela fazer amor...
Me lembro dos beijos quentes trocados no portão,
Naqueles dias e noites deixei de sentir sozinho a solidão...
Todo noite eu tinha companhia e o carinho de um olhar,
Lá cantei parabéns para certa doce e linda menina...
Lá eu tinha mãos que corriam por meu corpo a me amar,
Lá eu alcancei sentimentos que só o amor ensina...
Lá junto dela eu sorria, amava, me dedicava, vivia!
Mas foi lá que eu tive a intuição de que meu tempo eu perdia...
Hoje ainda consigo lembrar desses dias e noites de paixão...
Lembrar dos poemas dados junto a flores e surpresa...
Recordar do quanto isso tudo marcou o dela e meu coração...
Do quanto eu acreditei que tinha encontrado minha princesa...
Lembro de certa vez no início, de um poema chamado “Amendoim”,
Lembro do olhar dela, da alegria, no sorriso jamais a palavra fim...
Me lembro que na frente dessa casa sob a luz da lua
Certa vez dentro do carro aconteceu... Amor! Linda, nua...
Me lembro até do pé de limão no quintal... Lembrar...
É só o que resta, mas até isso está se apagando da mente...
A vida segue e o impossível não existe, é preciso continuar,
Tudo agora me faz esquecer, não deu certo... Seguir em frente...
Mas foi bom... Aprendi, descobri que no fim o amor não aconteceu,
Mas a vida é assim, meras lembranças... Tudo passou, se foi, morreu...
06/01/2006 Sandro La Luna