OLHE AO LONGE
Que me diz daquela ponta de mastro
Que está furando o horizonte,
E subindo gradativamente
Pela ladeira da curva da terra?
Que me diz do sol a pino
Tudo a olhar sem importar-se,
Que o vento poderoso
Alivie o fogo nas costelas dos marinheiros
Embriagados de rum?
Por fim aparece toda a embarcação
Trazendo em sua quilha
Ostras escarradas pelo mar.
As velas prenhes da agitação do vento,
Faz a nau deixar uma trilha de espumas
Parecendo uma estrada esbranquiçada.
Na costa, um loiro queimado
Espera a chegada da embarçação no perau.
Já da para ver no convés,
Entre o traquete, os lisos cabelos de Yara
E um lenço branco fremente.
O amor estava chegando.
Salvador, 08/01/2009
Barret.