Epitáfio para um Amor
Ah!
Que morra na minha lembrança
Seu sorriso de amanhecimento
Como janela aberta voltada para o leste
Às seis da manhã de um dia de domingo
Que morra em minha saudade
Seus gestos calmos de flor
No jardim dos meus braços
Numa tarde que se despede em silêncio
Ah!
Que morra nos meus pensamentos
O seu nome e sobrenome
E ‘as juras de amor
Ao pé do ouvido’
Que morram em meu corpo
Todas as suas digitais
As marcas dos seus dentes
E as células suas misturadas as minhas
Que morra em meu coração
A poesia instalada pela sua existência
Circulando pelas minhas artérias
Até sair pela ponta do lápis ao papel
E depois, bem depois...
Fincarei sobre o túmulo do resto dos meus dias
Um epitáfio:
“Aqui jaz meu grande amor.”