Epitáfio para um Amor

Ah!

Que morra na minha lembrança

Seu sorriso de amanhecimento

Como janela aberta voltada para o leste

Às seis da manhã de um dia de domingo

Que morra em minha saudade

Seus gestos calmos de flor

No jardim dos meus braços

Numa tarde que se despede em silêncio

Ah!

Que morra nos meus pensamentos

O seu nome e sobrenome

E ‘as juras de amor

Ao pé do ouvido’

Que morram em meu corpo

Todas as suas digitais

As marcas dos seus dentes

E as células suas misturadas as minhas

Que morra em meu coração

A poesia instalada pela sua existência

Circulando pelas minhas artérias

Até sair pela ponta do lápis ao papel

E depois, bem depois...

Fincarei sobre o túmulo do resto dos meus dias

Um epitáfio:

“Aqui jaz meu grande amor.”

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 13/01/2009
Reeditado em 13/01/2009
Código do texto: T1382965