A MORTA !

Estás

morta,

tenho

certeza !

Li

a

noticia

no

obituario

do

jornal !

Aliás

foi

uma

surpresa ....

parecia

tão

normal

da

última

vêz

que

te

vi ...

até

cantastes

uma

canção

minha ...

lembra-te ?

Fui

ao

teu

funeral !

Segurei

nas

alças

do

teu

caixão

de

madeira

vagabunda !

Ajudei-o

a

baixar

a

sepultura !

Joguei

umas

flores

de

plástico

no

teu

tumulo ...

Depois

fui

a

missa

de

setimo

dia !

Aliás

não

tinha

ninguém

lá !

Apenas

o

padre,

eu

e

um

amigo !

Levei-o

para

testemunhar !

O

religioso

foi

por

uma

questão

profissional !

Eu ...

nem

sei ...

talvez

por

misericórdia !

Nem

parentes,

vizinhos

foram ...

Estranhei ...

Parece

que

não

erás

tão

querida

como

pensavas

ser !

Nem

os

teus

fãs

se

deram

ao

trabalho

de

comparecer !

Será

que

eles

gostavam

mesmo

de

ti ?

Agora,

tenho

duvidas !

Tu

sabes

que

a

paixão

cega,

emudece

e

ensurdece ...

Olhei-a

tua

face

defunta

e

nem

tive

pena !

Sabe

de

uma

coisa:

nem

a

morte

te

fez

bonita !

Erás

um

cadaver

frio,

feio

e

nojento !

Rezei,

claro,

por

tua

alma !

Como

o

faria ...

por

um

miseravel !

Toquei

na

tua

testa

gelada

para

certificar-me ...

estavas

mortinha

ali,

sim ...

Estranho ...

Como

podes

aparecer

agora

nos

lugares

onde

estou ?

Queres

me

assustar ?

Ai,

que

medinho

me

dá !!!

Não

temo

almas

penadas ...

Nem

acredito

em

fantasmas !

Além

do

que ...

fiques

certa

de

uma

coisa ...

mesmo

que

estivesses

viva ...

nada

iria

querer

contigo !!!