dores do parto

teus olhos azuis

coloridos do verde do mar

e me dizes, oh Chico

que cores teriam as estrelas

se a tua não fosse o luar

sol: estrela cadente no infinito

e sejas mais que uma canção

alvi-negro, arco de íres

raios coloridos

no agrizalhar de tuas pestanas

rugas brancas

atrás dos pensamentos

seriedade humana

à toa na vida

esperando o trem

e esse Buarque de Hollanda

veio nascer brasileiro

batizado com as dores do parto

da música popular

não és a banda, és um todo

cheio de risos

de vida

de esplendor

de harmonia

e se a vida não chicasse

chicaríamos a vida

no mirar multicolor

de raios lunáticos

reflexos do sol

da meia noite

invadindo a ametista negra

dando a luz

a íres do arco

dos teus olhos

quando me chicastes

como lança trespassada

no ser ainda criança

ainda adulto

porem, ainda porem,

totalmente chicanizado.

Que a tua banda seja sempre uma lua inteira,

até que o dia arrebente

e choro da criança pondo o nariz pra fora

do ventre sangrando,

o chicares de uma nova vida.

sergio, beija-flor-poeta