MEU CAMINHO SEM VOLTA
Já não é mais possível desistir de teu amor;
Pois descobri que nada sou, quando sem ti sequer me imagino;
Tal como órfão menino, igual jardim sem flor;
Um arco-íris incolor, à semelhança do afeto sem carinho!
Eu sou imensidão de puro caos, sou universo de conflitos;
O mais desamparado dos aflitos, o campeão dos fracassados;
Sou todos os êxitos soterrados, o mais agravado dentre os feridos;
Todos os meus ganhos são perdidos, se meus lábios de tua boca forem bastardos!
Não dá mais pra viver sem nossas crises e detalhes;
E os solitários vales serão insuperáveis estando nós a sós;
Porque meu eu é composto por “nós”, porque nem me escuto sem que me fales;
Sortes que te abdicam para mim são males, todo rumo que te ausenta é atroz!
Por isso eu celebro a minha voluntária falta de liberdade;
Fomos diluídos numa mesma identidade, somos estrofes de única lavra;
Dueto que a reciprocidade ressalva, alfa e ômega de igual infinidade;
Ano após ano sendo nossa novidade, dois corpos e uma só alma!