À Marisa

A ti Marisa...

É dado que me deu

te escrever uma página

impregnada de sentimentos,

e que nenhum fosse só meu.

Ânsia, talvez, de querer repartir

aquilo que sinto, por vezes

me faz sorrir, outras engolir

incontinente o riso.

À alma se encharca de dor e,

ocorre perguntar...

o que aconteceu à musa?

Imploro pelo lirismo, não pelo choro,

razões da alma, negócios de coração.

As flores, seus perfumes, suas cores.

Os mitos, os heróis já partiram e

com eles as lembranças,

o que poderia ter sido... no entanto,

resta o homem, suas ilusões,

quimeras com as quais tento,

continuamente, encher um balde furado,

ínterim em que, intermitente,

o tempo passa.

Recordações se juntam, se amontoam

construindo um monumento,

justificado pelo que lhe corre

por dentro, sangue e vida

em contínuo movimento,

chama que se mantém

pela promessa de, de novo amanhecer.

João Junior
Enviado por João Junior em 12/01/2009
Reeditado em 12/01/2009
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