Face desaprendida
Olhando-te, meus olhos te reolharam
como se à minha face não pertencessem.
Um absíntico cheiro veio-me dos teus lábios
cansados de beijar-me,
toldados de quererem-me.
Fujo nesse nem tão rude poema
povoando as palavras que me lembram
quando eu sonho com você.
Abraço-te distante de tudo agora
e os olhos choram...
é porque desaprenderam a sorrir.
Eu, o motivo da sombra deste poema,
louvo-te numa saudade infrene,
parece, adora judiar-me.
Olhando-te, estes meus olhos já não mais te veem
e assim como foi para te perder, sofro só,
na angústia dessa dor, novamente.
Minha face já não chora mais nem ri,
desaprendeu a sentir e a esquecer
e nada mais espera dos teus beijos quentes.