Cavalgada...

(Poet ha Abílio Machado. 11.01.93)

Seu corpo

Meu templo aberto

Adoração

À dor e à ação...

A volúpia me eleva

E os desejos me carregam

A mão passeia logo me aperta

Mostra que no homem

É ele quem se descobre

Tira o meu gemido

Os sussurros... Só eu quem escuto

Ser discreto ao fato

Meu tesão além das mãos

As horas passam

Ao tempo não há razão

As carícias aumentam

Ouço tambores ausentes

Um conjunto de fato

Nós paramos e eles cessam

Eram até aqui companheiros das fantasias

Eram como nós errantes

Nus na madrugada perdidos

Corpos que se acharam

Pelos entrelaçados

Suor...

Que embriagados

Sugaram, lamberam e se entregaram

Era noite, não era dia...

Os pêlos eriçaram

E pela aurora cavalgaram...