PARA ONDE VAIS…?
Hoje sonhei contigo…Foste o meu grande “quase-amor” dos vinte e tal anos, mas muita coisa nos separou (inclusive eu próprio…). Sonhei uma coisa ainda mais irreal do que o costume, na qual me pedias para te ir buscar a uma casa demasiado longe cada vez que me aproximava dela.
A última vez que nos vimos foi no teu casamento, está a fazer 8 anos, antes de eu mergulhar na Internet, antes de podermos comunicar assim. Penso que ainda estarás a morar e a fazer carreira em Inglaterra, não o sei bem ao certo, porque passou demasiado tempo.
Se me descobrires, quero que saibas que este poema é para Ti, em recordação do que poderíamos ter sido…
À Ana I.
PARA ONDE VAIS…?
Quando a dança esmorece
E uma forma
Inusitada de amor
Apetece…
Para onde vais…?
Quando te sentes só
E não achas
Ou julgas
Que não tens ninguém
Com quem falar?
Irás para as minhas nuvens
Ou para o nosso mar?
Para onde vais…?
Nesse riso
Que sempre foi contido
Numa alegria calada
Mas patente
Quando estavas comigo
Para onde vais…?
Quando o sol se põe a poente
Onde a nossa miragem
Poderia ser um algo mais real do que os sonhos
E não uma coisa
Meramente aparente
Para onde vais…?
Ao imaginar um passado
Que poderia ser muito bem presente
E quem sabe futuro
Imaginarás o quanto
Poderia ter sido real
E não meramente aparente
Sonharás
Com esse futuro alternativo
Ontem desfeito
Mas onde ontem vezes sem conta
Os meus imensos braços de estrelas
Foram o teu abrigo…?
Para onde vais…?